Doença do Refluxo Gastroesofágico (DRGE)
A Doença do Refluxo Gastroesofágico (DRGE) é um problema de saúde bastante comum na população, que caracteriza-se pelo retorno do conteúdo do estômago para o esôfago, causando sintomas desagradáveis. A maioria dos casos de DRGE é de refluxo ácido, porém existem casos de refluxo não-ácido (ou alcalino), especialmente em pacientes com estômago operado (bariátricos, gastrectomizados) ou com atrofia intensa do estômago. Definir o tipo de refluxo impacta diretamente no tratamento proposto, sendo portanto fundamental!
Quais os sintomas de Refluxo Gastroesofágico?
Entender o problema passa por reconhecer os seus sintomas. A Doença do Refluxo possui sintomas que são divididos em TÍPICOS e ATÍPICOS. Os sintomas típicos são os mais frequentes e que facilmente remetem à doença, sendo representados por:
- Pirose (“queimação” atrás do peito, às vezes chamada de “azia”);
- Regurgitação Ácida (sensação de retorno de conteúdo líquido pelo esôfago).
Já os sintomas atípicos costumam ser desafiadores para o Gastro, pois estão presentes em outras doenças, que devem ser descartadas antes de fechar o diagnóstico como Refluxo. Os principais são:
- Tosse;
- Rouquidão;
- Dor Torácica;
- “Bolo na Garganta”;
- Entalo ou dificuldade em engolir (Disfagia);
- Até Asma de difícil controle pode ser sintoma de Refluxo!
Como fazer o diagnóstico?
O diagnóstico depende da presença de sintomas típicos e em muitos casos é confirmado através da Endoscopia, que verifica a gravidade da inflamação, presença de hérnia de hiato e de complicações, como úlceras e esôfago de Barrett, uma condição pré-cancerígena. Nos casos com sintomas atípicos, às vezes precisamos usar outros exames complementares, como a phmetria para fechar o diagnóstico e ajudar o paciente a melhorar.
Existe tratamento para Refluxo Gastroesofágico? Como é feito?
A resposta é SIM! O tratamento da Doença do Refluxo (DRGE) sempre deve envolver mudanças de estilo de vida e medidas anti-refluxo, somadas a outras intervenções, divididas em tratamento medicamentoso ou cirúrgico.
Os medicamentos que bloqueiam a produção de ácido gástrico, os populares “prazóis” e outras medicações mais modernas (como a vonoprazana), constituem a base do tratamento da doença, com uma resposta rápida e eficaz na maior parte dos casos. Antiácidos e alginatos (que formam um “gel” no estômago, uma barreira mecânica que impede o refluxo) também podem ser usados para alívio dos sintomas e controle dos escapes ácidos.
Pacientes com doença de difícil controle, refratária ao tratamento medicamentoso, ou com alterações importantes da anatomia, como hérnias de hiato muito grandes ou válvulas esofagogástricas com pressão muito baixa (muito “frouxas”), costumam se beneficiar da cirurgia (chamada fundoplicatura), que é bastante segura, realizada por vídeo, com rápida recuperação e baixa taxa de complicações em mãos experientes.